O Gol não está mais em linha. Mas calma, ainda não é no Brasil – por mais que pareça ser um destino inevitável por aqui também. É na Argentina que os “Hermanos” deixarão de ter o modelo, vendido por lá desde 1991. O motivo é a ausência do controle de estabilidade (ESP), que será obrigatório esse ano no país portenho e o modelo não possui.
A Volks confirnou ao Motor1 Argentina que o lote final possui 1.500 unidades e será liquidado no decorrer de 2022, quando o modelo sairá de linha e a nova legislação passa a vigorar por lá. Um decreto governamental permite que as montadoras vendam no mercado modelos já fabricados sem o ESP até que os estoques acabem, o que beneficou a Volks com o Gol e outras fabricantes, como a Peugeot com os 308 e 408, além da Citroën com o C4 Lounge.
“Más vendido”
E se no Brasil o Gol foi campeão de vendas por vários anos, no país vizinho sua história também teve momentos prósperos. Ele chegou a ser produzido localmente entre 1995 e 2003. Em seus 30 anos de mercado argentino ele chegou a ser o mais vendido por 17 anos e somou, ao longo de sua vida, 830 mil unidades comercializadas.
Atualmente o modelo era importado da planta paulista de Taubaté, vindo com o conhecido motor 1.6 MSI de 101 cv a gasolina (por lá não é flex). O preço era mais alto que no Brasil: 2.154.000 pesos, o que equivale a R$ 116.800 em conversão direta. Vale lembrar que o MSI 1.6, em sua versão flex, também não existirá mais no Brasil, uma vez que ele será “vítima” da nova norma de emissões do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores L7 (Proconve L7), que demanda uma redução de poluentes nos veículos nacionais.
Prevendo o futuro?
Como dito no começo da matéria, a saída de cena do Gol na Argentina pode ser um indicativo no Brasil. Isso porque o ESP, item que “causou” o fim da produção do modelo no país, também será obrigatório aqui, porém em 2024. Originalmente a obrigatoriedade viria em consonância com o país vizinho, porém devido a crise no setor gerada pela pandemia, as montadoras solicitaram ao Contran para prorrogar a obrigatoriedade.
Em outras palavras, a não ser que a Volkswagen mude uma decisão que já parece feita, o carro mais vendido da história do país deve sair de cena. O projeto dele é antigo para receber o item de segurança obrigatório, o que demandaria uma alteração muito custosa no projeto, o que torna a continuidade dele inviável.
Com informações do Autoesporte