Se o mercado de novos no Brasil sentiu o peso da pandemia com quedas sistemáticas nas vendas que foram sendo recuperadas pouco a pouco, o mesmo não pode ser dito do mercado de usados. De acordo com dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), entidade que representa o setor de lojistas multimarcas de veículos seminovos e usados, foram comercializados 15.106.274 veículos em 2021 no Brasil. O número é um crescimento de 17,8% em relação a 2020.
Mas a maior prova do crescimento vem na comparação com 2019, último ano antes da pandemia da Covid-19: 3,5% de alta, mesmo com todas as restrições impostas pelo combate ao coronavírus. E, como era de se esperar, o aquecimento no mercado de usados teve a ver com a falta de oferta de carros novos, ocasionada pela crise de semicondutores e também pelo fechamento das fábricas durante as fases mais agudas da pandemia. Para se ter uma ideia, a crise dos semicondutores, que são itens eletrônicos essenciais na fabricação de automóveis hoje (mas estão presentes em diversos outros eletrônicos também), impediu a produção de 200 mil automóveis no primeiro semestre de 2021.
“Boom” nas vendas
Dessa forma, o mercado de usados ganhou bastante terreno. Só em dezembro foram 1.201.600 vendas, 3,1% a mais que novembro, com 1.165.436. Mas a própria Fenauto reconhece que os dados de 2021 mostram números muito positivos, observando-se um movimento de “normalização” recentemente. O segmento, no entanto, mantém atenção à produção de veículos novos, que deve voltar ao normal gradativamente até o segundo semestre desse ano.