Os anos de pandemia trouxeram um efeito colateral indesejável quando o assunto é comprar um carro: seja no mercado dos novos, seja no dos usados, a subida de preços foi geral. Com isso, quem quer vender o próprio carro para adquirir um zero ou um usado mais novo, passa por uma “faca de dois gumes”: se por um lado vê seu usado ter o valor aumentado, também vê o novo veículo desejado com um preço mais alto. Mas para quem não está ligando tanto para o ano do carro, algo para se pensar é que carros que foram lançados em 2007 agora não pagam mais IPVA.
O motivo é que o imposto em Sergipe sofre isenção para veículos terrestres com mais de 15 anos de uso. Em alguns estados, como São Paulo, a isenção é atingida aos 20 anos de uso. Logicamente, em seguida vem a afirmação: “mas um carro com 15 anos de uso é uma bomba”. Não exatamente, pois há modelos com ótima robustez mecânica e grande oferta de peças de reposição que foram lançados entre 15 e 20 anos atrás e valem bastante à pena, tendo opções mais voltadas para economia, conforto ou desempenho. Vamos às sugestões? Lembrando que a sequência não é um “top 6” e sim uma lista de opções.
1 – Toyota Corolla (9ª geração)
A nona geração do Corolla no Brasil é chamada por muita gente de “Brad Pitt” por causa do comercial estrelado pelo astro americano. Lançada no mercado nacional em 2002, ela ficou no mercado até o início de 2008. Logo, os primeiros já beiram os 20 anos de uso mas ele segue com um bom valor no mercado. Um modelo 2007 hoje é achado facilmente próximo dos R$ 30 mil na versão XEi 1.8. Mas além da extrema robustez mecânica, traz itens desejáveis como ar-condicionado, trio elétrico, câmbio automático e, a depender dos opcionais, até bancos de couro. E para aqueles que são fãs das peruas, ele também teve a Fielder, que carrega todos os bons predicados do sedã com a carroceria (ainda) mais familiar.
2 – Honda Civic (8ª geração)
Se falamos aqui do Corolla, o arquirrival Civic em algum momento seria citado, é claro. A oitava geração do sedã chegou ao mercado batizada de “New Civic” e em pouco tempo se tornou o queridinho do segmento, atingindo a liderança. Um exemplar ano 2007 é um pouco mais caro que o Corolla do mesmo ano, ficando na casa dos R$ 33 mil na versão LXS. Em contrapartida, além do design que ainda atrai olhares por onde passa (com recursos visuais como o painel de dois andares), tem a seu favor um acerto dinâmico bem esportivo (com direito a trocas de marcha no volante na versão automática!), uma lista bem-fornida de itens (similar à do Corolla), além da mesma resistência mecânica. No caso dele, quem estiver disposto a pagar a mais por um esportivo, pode garimpar pela versão Si, esportivo de sonho do brasileiro no meio dos anos 2000 com seu 2.0 girador que rendia até 192 cv de potência.
3 – Volkswagen Polo e Polo Sedan
Se a opção é por um modelo um pouco mais básico, mas mantendo um bom nível de equipamentos e acabamento, um Volkswagen Polo da geração passada pode soar como uma ótima pedida. Ele recebeu uma reestilização em 2006, que o deixou com a mesma cara no mundo todo, tendo se mantido assim no Brasil até sair de linha em 2014. Além da fama (justificada!) de ser o Volkswagen nacional mais bem-construído àquela época, ele agrada pelo nível de equipamentos (não faltam os desejáveis ar-condicionado, direção hidráulica e vidros e travas elétricos, podendo vir também com som de fábrica), pela excelente dirigibilidade e pela oferta de motores 1.6 e 2.0, ambos compartilhados com o Golf. Para quem procura um pouco mais de espaço para bagagem, ele também teve a opção sedã, que traz todos os predicados do hatch. Com preços abaixo entre R$ 23 mil e R$ 25 mil já é possível encontrar um Polo 1.6 na versão Comfortline.
4 – Nissan Sentra
O ano de 2007 marcou a entrada da Nissan no segmento dos sedãs médios com o Sentra. O sedã, que já é um dos frutos da aliança da marca japonesa com a Renault, tem como trunfos o design que lembra os Cadillac da mesma época, a boa lista de equipamentos (com itens curiosos como o porta-malas com um “fundo falso” a depender da versão) e o bom desempenho do motor 2.0 16v, que pode vir com câmbio manual de seis marchas ou automático do tipo CVT. Por cerca de R$ 27 mil é possível achar um em bom estado.
5 – Chevrolet Corsa “C”
A grana está mais curta e a opção tende a ser por um popular? O Corsa “C” é uma opção a se considerar. Tendo chegado no mercado a partir de 2002, nas versões 1.0 e 1.8. Com uma lista honesta de itens de série (direção hidráulica, ar-condicionado e vidros dianteiros elétricos geralmente constam entre os itens), um 1.0 ano 2008 é encontrado na casa dos R$ 19 mil, já flex, podendo consumir álcool ou gasolina.
6 – Fiat Stilo
Provavelmente um dos Fiat mais desejados do começo dos anos 2000, o Stilo fez sucesso no mercado nacional. Fosse pelo seu design, fosse pelo bom acabamento, pelo nível de equipamentos (que trazia além do “trivial” para um hatch médio, itens inéditos no segmento como teto solar panorâmico, ambos opcioinais) ou pelos motores 1.8 de origem Chevrolet, o hatch ítalo-mineiro cativou o público nacional. A boa oferta de versões também era um atrativo a mais, incluindo os 1.8 MPI, bem como os Connect, que traziam conexão bluetooth para celular, até opções de visual mais “nervoso”, como o Sporting. Quem tiver mais paciência de procurar e estiver atrás de mais desempenho, pode achar o veloz e desejado Abarth, com o motor 2.4 de 167 cv, que teve tiragem menor.